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domingo, 28 de fevereiro de 2010

Carta ao pai

Segue abaixo, uma carta escrita pelo Leo Lama (filho de Plínio Marcos) no dia em que seu pai morreu.

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Dia 19 de novembro é aniversário da morte do meu pai, escrevi este texto no
dia em que ele morreu: 19 de novembro de 99.



Meu pai morreu. Todo pai morre. Agora estou aqui pensando: o que foi que meu
pai me deixou? Apartamento? Não. Carro?Nem uma bicicleta. Dinheiro? Ele não conseguia pagar nem as próprias contas. Mas pagava a dos filhos. Roupas? Só um chinelo velho, mas meu pé é maior. Sem testamento, sem herança, sem nada? As peças. As peças de teatro? De quem são as peças de teatro? Meu pai era escritor. Escritor de teatro. Teatro? Teatro dá dinheiro. Tem gente que escreve peça pra ganhar dinheiro. Não, meu pai não. Não ganhou muito dinheiro com teatro. O que ganhou, gastou. Deu dinheiro pra muita gente. Meu pai não era um bom administrador. Era um "maldito", diziam, um "marginal", mas não era bandido.

Por que ele era maldito, afinal? Será que não pensava nos filhos? Por que não escreveu peça pra ganhar dinheiro? "Ninguém tem direito de pedir a um artista que não seja subversivo.". Meu pai escrevia sobre puta e cigano sem dente. Puta, cigano sem dente e cafetão. Puta, cigano sem dente, cafetão, presidiários, desempregados e fudidos. Puta e cigano sem dente? Puta, cigano sem dente e cafetão é chato, porra! Puta, cigano sem dente e presidiários não dava dinheiro. Puta, cigano sem dente e desempregados não tinha "patrocínio". Mas eu queria tênis americano, eu queria camisa Lacoste, camisa Hang Ten.

Meu pai tinha que ganhar dinheiro. Por que ele insistia em escrever peças sobre puta, cigano sem dente, cafetão e presidiários? Ele insistia. Puta, cigano sem dente, cafetão, presidiários, desempregados e fudidos. E o ator e Jesus Cristo e nada de "comédia comercial". Mas eu queria o meu "All Star", eu queria ter todos os discos dos Beatles. "Pai, me dá dinheiro pra comprar uma guitarra!" E eu tive, eu tive a tal guitarra, eu comprei todos os discos dos Beatles com o dinheiro dele (depois tive que comprar tudo de novo em CD com o meu dinheiro e agora dá pra baixar de graça na internet). Calça boca fina, camisa Hang Ten.

Onde ele arrumava dinheiro? Onde ele arrumava dinheiro pra me comprar tênis "All Star"? Ele achava que isso era "lixo americano". Ele achava que essa merda importada só servia pra aumentar a nossa alienação. Meu pai era generoso. Ele não ia deixar de me dar uma
coisa que eu queria, só porque ele achava que o que eu queria era imposto pela sociedade de consumo. Ele tentava me orientar, mas respeitava minha opinião de adolescente alienado. Onde ele arrumava dinheiro?

Era época de ditadura. Escrever sobre puta, cigano sem dente, cafetão e presidiários, incomodava os "poderosos". Porra, ainda mais essa! Já escreve sobre coisa que não dá dinheiro, mas além de não dar dinheiro, ainda é proibido? "Pai, me dá dinheiro pra comprar disco do Bob Dylan!". Meu pai fez novela, fez Beto Rockfeller. Mas Beto Rockfeller não conta, Beto Rockfeller era A novela, tinha a cara dele, era revolucionária. Ele fazia o Vitório, o melhor amigo do Beto. Ele ganhou um dinheiro, me comprou um tênis, uma guitarra, um...

Mas A novela era na Tupi. A Tupi faliu. Meu pai foi fazer novela na Rede Globo: "Bandeira 2". Mas a Globo é no Rio, o Rio tem praia, ele cabulava as gravações e ia pra praia: "Novela é chato pra caralho, porra! O direito da gente coçar o saco é sagrado.", ele dizia. Ele ia pra praia e lá ficava indignado porque naquela época a Globo não punha negros nas novelas e quando punha era nos papéis de escravo ou mordomo. Meu pai escreveu no jornal "A Última Hora" do Samuel Wainer, onde ele trabalhava, que a Globo botou a Sônia Braga dois meses tomando sol pra ficar escura, em vez de chamar uma mulata pra fazer "Gabriela". A Globo não gostou. Os "poderosos" da Rede Globo não gostaram. Fizeram ameaças, juraram de morte. Em fim, a Globo não dava mais. Quando ele tava por lá, ele bem que quis escrever novela. Afinal, eu queria dinheiro pra comprar tênis, disco, guitarra. Mas novela de puta, cafetão e cigano sem dente? Não, novela de puta, cafetão e cigano sem dente não dá. Se fosse cigano com dente, musculoso e mau ator, aí dava. Agora, cigano sem dente, pobre e fudido, não dá. Então não dá. "Na televisão brasileira, artista estrangeiro morto trabalha mais do que artista brasileiro vivo." Tudo bem, não podia fazer peça de puta porque a ditadura não gostava, não podia novela de cigano pobre, fudido e sem dente porque a T.V. não queria. Então o que que podia?

Não podia nem chamar a Rede Globo de racista, nem nada. A sinopse que ele fez pra uma novela quando finalmente a Globo chamou ele, era de uma tribo de ciganos que estupravam as filhas dos empresários e...bem, não aprovaram. E as portas iam se fechando. E a ditadura ali, descendo o cassete. E eu queria o meu tênis "All Star"! "Pai, porra, pai, eu quero dinheiro pra comprar time de botão!" Mas enquanto os "poderosos" iam dizendo: Não! Não! Não! Ele ia ganhando o respeito dos humildes de coração, um "povo que berra da geral sem nunca influir no resultado", um povo fudido, os marginais, as putas, os ciganos sem dente, os presidiários, um povo que não aparecia na T.V. "Pobre na Rede Globo almoça e janta todo dia". Pobre na Rede Globo tem dente, favela na Rede Globo não tem rato. Esse povo não era o povo dele.

O povo dele era entre outros, os sambistas, não esses de agora, de terno Armani, cercados de loiras recauchutadas, mas, os sambistas das escolas de samba de São Paulo. Os sambistas marginalizados, os que nunca gravaram CD. O Zeca da Casa Verde, o Talismã, o Jangada, o Toniquinho Batuqueiro, o Geraldo Filme, enfim, os que morrem na merda. "Silêncio, o sambista está dormindo, ele foi, mas foi sorrindo, a notícia chegou quando anoiteceu..."

Então a solução era fazer show com os sambistas. Meu pai contava histórias e os sambistas cantavam suas músicas. Mas os sambistas eram crioulos. Negros? Negro não podia. Em plena ditadura, Plino Marcos e "a negrada"? Que papo é esse? Poder, podia, mas ninguém queria ver. "A burguesia não me quer", ele dizia. Não podia peça de puta e novela de cigano sem dente pobre e fudido, não podia dizer que a Globo era racista e ninguém queria ver show com "a negrada". Então o que que podia? "Pai, me dá dinheiro pra comprar figurinha do álbum Brasil Novo!"

A ditadura quando eu tinha 7 anos tava em todo lugar, em cada esquina, no meio de cada casal que fazia "amor com medo", nos porões do Doicodi e nas torturas atrozes que muitos sofriam e eu lá: "Pai, me leva na Expoex, pai, me leva na Expoex! A Expoex é a exposição do exército! Eu quero ver os soldados, pai! Eu quero ver os tanques!" E ele me levava. Senão eu chorava. Eu chorava se eu fosse censurado e não pudesse ver a Expoex.

Quando eu tinha uns 12, 13 anos, lá estava o ônibus da escola pronto pra partir pra Porto Seguro com todos os meus amiguinhos dentro e os pais, do lado de fora, dando tchauzinho. E um amiguinho meu perguntou: "Quem é seu pai?" Eu não tive dúvida: "Meu pai é aquele!" E o meu amiguinho: "Aquele de terno e gravata? Aquele que tá conversando com o meu pai?" E eu: "É, aquele." O meu amiguinho gritou: "Pai, esse aí é o pai do Leo!" E a professora ouviu. Não, meu pai não era aquele de terno e gravata. Meu pai era outro. Era o que todo mundo tava chamando de mendigo. Meu pai era aquele de macacão e chinelo! Gordo de macacão e chinelo! "O pai do Leo é mendigo, o pai do Leo é mendigo!" Afinal, quem trabalha tem que usar terno e gravata.

Naquela época, um moleque de 12, 13 anos, era um tapado. Ou isso era característica minha? "Pai, por que você não trabalha? Pai, por que você dorme até meio dia? Pai, por que o pai do Paulinho tem carro e você não? Por que você chega de madrugada em casa? Pai, por que você anda de macacão e chinelo? Pai, me dá dinheiro pra comprar..." E o meu pai me dava dinheiro. Eu estudava em escola de "burguês". Eu estudei nas "melhores escolas". E olha que o meu pai odiava escola. "A cultura nas mãos dos poderosos constrange mais do que as armas; por isso, a arte e o ensino oficiais são sempre sufocantes", ele dizia. Ele saiu da escola na 4ª série do primário. Ele era canhoto. Na escola, as professoras o obrigavam a escrever com a mão direita. Ele fugiu da escola, ele sempre foi da esquerda. Era chamado de analfabeto. Com 21 anos escreveu "Barrela!". "Me chamavam de analfabeto, como se isso fosse privilégio meu, neste país." Meu avô queria que ele trabalhasse no Banco do Brasil, mas ele queria é subir num banco no meio da praça e fazer números de palhaço. A família chegou até a pensar que ele era débil mental. Meu pai foi pro circo. Ele amava o circo. Foi ser palhaço de circo. Era o palhaço Frajola. A escola dele era o circo, a minha era escola de "burguês". Mas como ele pagava a minha escola?

Foi preso, foi solto, ameaçado, escrevia em jornais e revistas, quase todos que existiam. Foi despedido de todos. A censura não queria meu pai escrevendo em lugar nenhum. O que fazer? Sair do país? Ele não falava direito nem o português. O que fazer? "Pai, me dá dinheiro pra comprar uma calça Soft Machine!".

Uma vez o meu pai tava com uma dívida muito grande, tava com dificuldade de pagar as prestações de um apartamento que ele comprou pra gente. Daí um belo dia a Ford ligou pra ele, convidando pra fazer um comercial. Era uma puta grana, dava pra pagar as dívidas e ficar bem tranqüilo por uns tempos. Meu pai não fazia comercial.

Foi vender livro na rua. Nas portas dos teatros, nas portas das faculdades, nos bares. Foi vender livro na porta de teatros aonde se apresentavam artistas piores do que ele. Ele mesmo editava os livros, ele mesmo ia vender. E podia? Não. Não podia. Várias vezes ele foi expulso pelo "rapa" como um camelô comum. E ele chorava? "Perseguido, o caralho! Eu não sou nenhum mosca-morta. Eu fiz por merecer. Fui uma pessoa que aproveitou bem a fama. Eu apedrejei carro de governador, quebrei vidraça de Banco. Foi uma farra. Não teve mau tempo." Tinha. Tinha mau tempo, mas ele não reclamava, eu nunca ouvi o meu pai reclamando da vida. Eu nunca ouvi o cara dizer que a vida tava difícil, ou que era "foda". Não. Ele só reclamava das injustiças. Ele berrava contra as injustiças, os preconceitos, a apatia. Meu pai é o Plínio Marcos, porra! Bela merda, tem gente que nunca ouviu falar. Pra muitos era só um fudido que não deu certo na vida, andando feito mendigo pelo centro da cidade. Já morreu. Não era melhor do que ninguém. (Não?) "Tudo se consegue com esforço; não se chega a lugar nenhum sem caminhar."

Com 15 anos eu quis sair da escola. Ele disse: "Sai logo dessa merda, eu te sustento até você encontrar sua vocação!" Eu saí, eu saí daquela merda na metade do 1º colegial. Acho que qualquer ser humano com o mínimo de sensibilidade, sabe: o ensino do jeito que é, faz mal pra saúde. Eu devia ter uns 17 anos, era de madrugada. Eu morava com ele. Eu tava na mesa da sala com o violão, triste, querendo encontrar a minha vocação, sem saber o que dizer, inibido, pensando em todos os artistas que eram muito melhores do que eu. Meu pai levantou pra tomar água, me viu ali, não disse nada. Foi até o escritório, voltou com um livro e leu um poema pra mim. "O corvo" do Edgar Allan Poe. Não disse nada, só leu a poesia. Não foi o conteúdo, foi o tom da voz dele, aquela voz doce que ele tinha. Ele declamava e eu ouvia como se ele me pegasse no colo. Foi dormir e me deixou ali, ouvindo o corvo dizer: "para sempre!".

Eu virei escritor, com 21 anos escrevi "Dores de Amores". Meu pai era um incentivador, idolatrava os filhos. Queria ser mergulhador só porque o Kiko, meu irmão, é. A Aninha, minha irmã, era tudo pra ele. Eu fiz vários shows com ele, pelas faculdades, pelos teatros, pelos bares. Ele contava histórias e eu tocava violão. Meu pai era generoso, violento, essencial, amava, amava tanto as pessoas que chegava mesmo a odiá-las. Lutava, berrava e me acordava. Meu pai não me deixou apartamento, carro, dinheiro, bicicleta. Nem o chinelo dele me serve. Eu tive e tenho que ganhar o meu próprio dinheiro. Até hoje, muito pouca gente quer montar as suas peças e muito pouca gente quer assistir. Meu pai já não precisa mais vender livro na rua, pra quem não quer comprar, ou pra quem compra só pra "ajudar".

O que eu mais queria é que ele me ouvisse agora: "Pai, você não me deixou nada que se possa enxergar. Nem carro, nem apartamento, nem bicicleta, nem chinelo. Me deixou a sua indignação, um pouco do seu temperamento, a lembrança de ver você acordando todo dia com uma puta força de vontade, com uma puta vontade de viver, sempre alegre, sempre fazendo piada das próprias desgraças, sempre dando tudo que ganhava pros filhos, sem nunca acumular porra nenhuma." E se ele me escutasse ele diria, com um sorriso malandro sem dentes, segurando as lágrimas: "Ê, Leo Lama!" Meu pai não sabia receber elogios. Mas se ele me ouvisse agora, eu diria:

Pai, eu preciso te contar, no seu velório foi muita gente, pai. No seu velório, estiveram os maiores artistas do país. Médicos, políticos, advogados, empresários, fãs, gente do povo, crianças e os sambistas. Os sambistas cantaram sambas em sua homenagem, pai. Suas mulheres, seus amigos, seus inimigos, todos nós, todos nós te aplaudimos quando o seu caixão foi colocado em cima do carro de bombeiro. Eu tava segurando uma aba, o Kiko a outra. Você foi cremado, pai. Seus amigos fizeram discursos emocionados, disseram: "Plínio Marcos, um grito de liberdade!" Nós jogamos suas cinzas no mar de Santos. Na ponta da praia, onde você passou sua infância. O Jabaquara, seu time, ficou na porta do pequeno estádio, uniformizado, com a mão no coração, vendo o cortejo passar. O povo na areia batia no surdo e entoava um canto mudo no crepúsculo santista e nós no barco deixávamos você escorrer pelos nossos dedos como se você nem tivesse existido. Eu ainda quis te achar no meio do mar, mas de repente já era só o mar. E você foi, como todo mundo vai.

É isso aí, pai: tanta gente te amava. Você sabia? Acho que ninguém te amou tanto como a minha mãe. O amor dela ecoa em mim. Mas, e eu, pai? E eu? Será que eu vou ter a mesma fibra que você? Eu não gosto de viver como você gostava. Eu não tenho a sua coragem. "A poesia, a magia, a arte, as grandes sabedorias não podem habitar corações medrosos." Eu acho que eu vou me vender, pai, eu acho que eu já sou um vendido. Eu só queria ser essencial, essencial como você. É difícil. Eu reclamo. A vida ta uma bosta! Tá difícil de encontrar pessoas essenciais, pai. As pessoas só falam e pensam no que é supérfluo. Eu não tenho assunto. Eu me sinto sozinho. Eu não sei sobre o que escrever. O mundo tá se destruindo, tem muita gente fudida, tem muitas festas e muita fome. Que indecência, pai, que vergonha que eu sinto desse tempo que eu vivo. Eu sei que você não tem saco pra choramingo, pai, mas me deixa desabafar, pai, só hoje, me deixa te falar sobre o sonho dessa gente, você sabe, essa gente, os "homens-pregos", fixos no mesmo lugar. Essa gente quer ter carro, pai, casa com piscina, essa gente quer ser rica e famosa, essa gente quer ser musculosa e quer ter bunda, essa gente diz que acredita em Deus e fode ele, essa gente não quer ser essencial, pai, essa gente... essa é a minha gente, pai, às vezes eu me olho no espelho e me acho parecido com essa gente. Me perdoa.

Um beijo do seu filho, Nado, que ainda usa o nome artístico que a gente inventou juntos: Leo Lama.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Quinta é Abajur Lilás


4 de março, voltaremos em cartaz. E nos dias 11, 18 de março e 01 de abril.
Sempre ás 20h no Teatro Sesc Iracema (ao lado do Dragâo do Mar)

ingressos: r$ 20 ( inteira ) R$10 ( meia )
informaçôes : 88972730


Censura 18 anos

SINOPSE:
Três mulheres sobrevivem como prostitutas à beira da marginalidade. Apesar das incontestáveis dificuldades deste cotidiano, tudo está como deveria. Até que um dia, tomada por um súbito acesso de raiva e o árduo desejo de provocar o proprietário do covil, uma delas quebra um abajur.

Histórico do grupo (patre 2)

ARTICIPAÇÃO EM FESTIVAIS:

FESTIVAL DE FORTALEZA - FESTFORT/2002: As Crias, adaptação de As Criadas, de Jean Genet

FESTIVAL BILU E BILA/2003, Teatro SESC Emiliano Queiroz - As Crias e IMAGENS · Prêmios: melhor direção, melhor atriz e melhor ator coadjuvante,
Indicação: melhor cenário.

I FESTIVAL DE TEATRO DA COMPANHIA ACONTECE – FECTA/2004
As Crias· Prêmios: melhor Esquete, melhor direção, melhor atriz coadjuvante e melhor maquilagem.

XV FESTIVAL DE TEATRO DE ACOPIARA – FETAC/2005 (O Diretor, Edson Cândido participou como jurado).
Espetáculos convidados: IMAGENS, As Crias e Navalha na Carne.

FESTIVAL BILU E BILA/2004, Teatro SESC Emiliano Queiroz
Aluga-se um Quarto· Prêmios: melhor cenário e melhor atriz , Indicações: melhor esquete, melhor direção, melhor iluminação
Navalha na Carne, Indicação: melhor atriz

MOSTRA SESC CARIRI DE TEATRO/2004 – ESCADARIAS DO SESC (Over Doze)
Espetáculo Convidado: As Crias (quatro apresentações).

I CANOARÁ, 1º Mostra de Teatro de Canoa Quebrada e Aracati (Março/2005)
Espetáculo convidado: IMAGENS

XIX FESTIVAL DE FORTALEZA – FESTFORT/2005
As Crias (versão masculina) · Prêmio: melhor diretor / Indicações: melhor atriz coadjuvante, melhor ator coadjuvante, melhor texto adaptado e melhor caracterização.

II FESTIVAL DE ESQUETES DA COMPANHIA ACONTECE FECTA (Maio/2005) – O Abajur lilás Prêmio: melhor atriz coadjuvante

Senhoras de Nelson, Prêmios: melhor atriz, melhor figurino, melhor direção e melhor esquete

FESTIVAL DE TEATRO DE FORTALEZA (Fevereiro/2006) - AS CRIAS (duas apresentações)

XX FESTIVAL DE FORTALEZA - FESTFORT/2006. - Passo Domine

XVII FESTIVAL DE TEATRO DE ACOPIARA – FETAC (julho/2007)
Espetáculo convidado: DR. QORPO e Contornos de Lantejoulas

FESTIVAL DE TEATRO DE FORTALEZA/2007
Espetáculo convidado: Contornos de Lantejoulas

FESTIVAL NACIONAL DE TEATRO DO PIAUÍ (Teresina – Outubro/2007) - DR. QORPO · Prêmios: melhor espetáculo, melhor direção, melhor ator coadjuvante e melhor atriz.

FESTIVAL BILU E BILA/2007, Teatro SESC Emiliano Queiroz
Contornos de Lantejoulas · Prêmio: melhor atriz / Indicação: melhor cenário

FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO DE CURITIBA (Março/2008)
Espetáculo convidado: DR. QORPO (três apresentações)

FESTIVAL NACIONAL DE TEATRO DO AMAPÁ (Maio/2008)
Espetáculo convidado: DR. QORPO · Prêmio: melhor Direção, Indicações: melhor espetáculo e melhor cenografia

FESTIVAL NACIONAL DE IPATINGA/MG – (Junho/2008)
DR. QORPO · Prêmios: melhor espetáculo, melhor direção, melhor ator, melhor atriz, melhor trilha sonora

III CANOARÁ – Festival de Teatro de Canoa Quebrada e Aracati (Maio/2008)
DR. QORPO

FESTIVAL BILU E BILA/2008, Teatro SESC Emiliano Queiroz - SENHORAS DE NELSON · Prêmio: ator revelação · Indicações: melhor espetáculo, melhor direção, melhor atriz

ESPETÁCULOS - TEMPORADAS

Espetáculo: IMAGENS
Teatro Dragão do Mar - março/2004; Espaço Cultural Oboé - abril/2004; Teatro SESC Emiliano Queiroz - junho/2004; Teatro Morro do Ouro – Novembro/2004

TEMPORADA DE COMEMORAÇÃO DE 3 ANOS DO GRUPO IMAGENS (Abril/2005) – Sala Nadir Pappi Sabóia – Theatro José de Alencar - Anexo
- Trilogia do Maldito: Navalha na Carne, Abajur Lilás e Dois Perdidos numa Noite Suja; Trilogia de um Anjo Pornográfico: Senhora dos Afogados, Valsa nº 6 e Vestido de Noiva; As Crias e Aluga-se um Quarto; - Imagens.

TEMPORADA COMEMORAÇÃO DE 4 ANOS DO GRUPO IMAGENS (Maio/2006) – Sala Nadir Pappi Sabóia – Theatro José de Alencar – Anexo - PASSO DOMINE.

Espetáculo: DR. QORPO (2007)
Teatro Pascoal de Carlos Magno (Curso de Arte Dramática da UFC).– Janeiro/2007; Centro Cultural Oboé (Fevereiro/2007); Centro Cultural Bom jardim (maio/2007); Teatro Marista (junho/2007); Theatro José de Alencar (Sala Nadir Pappi Sabóia - agosto e setembro/2007); Teatro Ribeira dos Icós – Icó/Ce (agosto/2007)

Espetáculo: DR. QORPO (2008)
Teatro SESC Emiliano Queiroz (Fevereiro/2008); Teatro Dragão do Mar (março/ 2008); ATO COMPACTO (Banco do Nordeste) – Maio/2008; PALCO GIRATÓRIO REGIONAL – Abril/2008; Projeto BNB/UNIVALE – Limoeiro do Norte - Agosto/2008; Projeto BNB/EDISCA – Agosto/2008


O GRUPO IMAGENS DESDE DE 2005 ESTÁ PESQUISANDO O UNIVERSO DE PLÍNIO MARCOS COM INTUITO DE MONTAR TRÊS OBRAS DO AUTOR: O ABAJUR LILÁS , NAVALHA NA CARNE E BARRELA.A PARTIR DAÍ O GRUPO PRETENDO FAZER DIVERSAS PESQUISAS DE CAMPO E TRAZER A LINGUAGEM NUA E CRUA DESTE GRANDE AUTOR, PLÍNIO MARCOS .

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Fotos: Abajur Lilás (parte 2)

Fotos de divulgação de Levy Mota (se for usar, não esqueça dos créditos do fotógrafo)....



Fotos: Abajur Lilás (parte 1)



Fotos de divulgação de Levy Mota (se for usar, não esqueça dos créditos do fotógrafo)....

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Início do processo: O Abajur Lilás


as rosas de aço

as rosas de aço

há flores na parede
na parede fria, áspera

vestem minissaias, sua farda
do corpo alheio beatas

não beijam na boca
porra-loucas
mães-de-família
filhas
batom vermelho
espelho
pentelho

doces damas-de-ferro
quando acuadas
mandam "tomar no cú"

num só berro

querem seu gozo
querem respeito
querem paz no seu leito
urbanas sereias
encantado canto
rua da areia

fim da tardinha
bolsa, rua, camisinha

madrugada quente
cigarro, cerveja

línguas, dentes

mais uma labuta
mulher
prostituta

(José Danilo Alves)

DIA DA PROSTITUTA - 02 de junho


O Ministério do Trabalho oficializa a profissão de prostituta em sua "Classificação Brasileira de Ocupações", item 5198-05, definindo quem a pratica como sendo a "profissional do sexo, garota de programa, garoto de programa, meretriz, messalina, michê, mulher da vida, prostituta, puta, quenga, rapariga, trabalhador do sexo, transexual (profissionais do sexo) e travesti (profissionais do sexo)". Além dessa classificação baseada em conceitos técnicos ou científicos não divulgados, o Ministério elaborou também uma descrição sumária das atividades que tais profissionais exercitam: "Batalham programas sexuais em locais privados, vias públicas e garimpos; atendem e acompanham clientes homens e mulheres, de orientações sexuais diversas; administram orçamentos individuais e familiares; promovem a organização da categoria, realizam ações educativas no campo da sexualidade; e propagandeiam os serviços prestados. As atividades são exercidas seguindo normas e procedimentos que minimizam as vulnerabilidades da profissão".

Sobre as condições gerais de exercício da profissão, o ministério esclarece que as profissionais dessa área "Trabalham por conta própria, na rua, em bares, boates, hotéis, porto, rodovias e em garimpos. Atuam em ambientes a céu aberto, fechados, em veículos, sempre em horários irregulares. No exercício de algumas das atividades podem estar expostas à inalação de gases de veículos, a intempéries, a poluição sonora e a discriminação social. Há ainda riscos de contágios de DST, maus-tratos, violência de rua e morte"

Quanto à formação e experiência, o MT alerta que "Para o exercício profissional requer-se que os trabalhadores participem de oficinas sobre sexo seguro, oferecidas pelas associações da categoria. Outros cursos complementares de formação profissional, como por exemplo, cursos de beleza, de cuidados pessoais, de planejamento do orçamento, bem como cursos profissionalizantes para rendimentos alternativos também são oferecidos pelas associações, em diversos Estados. O acesso à profissão é livre aos maiores de dezoito anos; a escolaridade média está na faixa de quarta a sétima séries do ensino fundamental. O pleno desempenho das atividades ocorre após dois anos de experiência".

No tocante aos recursos de trabalho, relaciona: "Guarda-roupa de batalha / Pre-servativo masculino e feminino / Cartões de visita / Documentos de identificação / Gel lubrificante à base de água / Papel higiênico / Lenços umedecidos / Acessórios / Maquilagem / Álcool / Celular e Agenda".

E sobre as competências pessoais, enumera: "1 Demonstrar capacidade de persuasão / 2 Demonstrar capacidade de expressão gestual / 3 Demonstrar capacida-de de realizar fantasias eróticas / 4 Agir com honestidade / 5 Demonstrar paciência / 6 Planejar o futuro / 7 Prestar solidariedade aos companheiros / 8 Ouvir atentamente (saber ouvir) / 9 Demonstrar capacidade lúdica / 10 Respeitar o silêncio do cliente / 11 Demonstrar capacidade de comunicação em língua estrangeira / 12 Demonstrar ética profissional / 13 Manter sigilo profissional".

Referindo-se ao atendimento de clientes: "1 Preparar o kit de trabalho (preservativo, acessórios, maquilagem) / 2 Especificar tempo de trabalho / 3 Negociar serviços eróticos / 4 Negociar preço / 5 Realizar fantasias eróticas / 6 Cuidar da higiene pessoal do cliente / 7 Fazer streap-tease / 8 Fazer carícias / 9 Relaxar o cliente com massagens / 10 Representar papéis / 11 Inventar estórias / 12 Manter relações sexuais / 13 Dar conselhos a clientes com carências afetivas / 14 Prestar primeiros socorros".

No item acompanhamento de clientes: "1 Fazer companhia ao turista / 2 Fazer companhia a cliente solitário / 3 Acompanhar cliente em viagens / 4 Acompanhar cliente em festas e passeios / 5 Jantar com o cliente / 6 Pernoitar com o cliente".

Preocupado com a administração de orçamentos, o ministério orienta: "1 Anotar receita diária / 2 Listar contas a pagar / 3 Pagar contas / 4 Contribuir com o INSS / 5 Contribuir com a receita familiar / 6 Separar parte da receita diária para poupança / 7 Aplicar dinheiro em banco / 8 Abrir conta poupança habitacional / 9 Investir em empreendimentos de complementação de renda / 10 Investir em pepitas de ouro".

O texto oficial ainda fala sobre como "Promover a organização da categoria", "Realizar ações educativas no campo da sexualidade" e "Minimizar as vulnerabilida-des", estendendo-se a pormenores sobre as atividades, como na de "Batalhar Programas", onde preconiza: "agendar a batalha / produzir-se visualmente / aguardar no ponto (esperar por quem não ficou de vir) / seduzir com o olhar / abordar o cliente / encantar com a voz / seduzir com apelidos carinhosos / conquistar com o tato / envolver com o perfume / oferecer especialidades ao cliente / reconhecer o potencial do cliente / dançar para o cliente / dançar com o cliente / satisfazer o ego do cliente / elogiar o cliente".

Sobre a escolha da data para comemoração do Dia das Prostitutas, a ata da assembléia realizada em 03/12/2005, pela Associação de Mulheres Trabalhadores de Sexo Organizadas - Amor, de São José dos Campos, SP, relata que no dia 01 de junho de 1975, 150 mulheres ocuparam a igreja de Saint-Nizier, em Lyon, na França, protestando contra multas e detenções em nome de uma "guerra contra o rufianismo", e exigindo que seu trabalho fosse considerado "tão útil à França como outro qualquer". O movimento se ampliou para outras cidades, onde colegas suas também entraram em greve. No dia 11 de junho, às 5 horas da manhã, na igreja de Saint-Nizier, elas foram expulsas pela polícia a socos e pontapés, e então decidiram criar a Associação de Prostitutas francesas, até então só existente em Coyote, também na França, e em São Francisco, nos Estados Unidos, como entidade organizada com competência para denunciar o preconceito, a discriminação e as arbitrariedades que sofriam, declarando, ao mesmo tempo, o dia 2 de junho como o Dia Internacional das Prostitutas.

No Brasil, dois sites fornecem informações e divulgam notóricias sobre a categoria profissional reconhecida pelo Ministério do Trabalho em sua "Classificação Brasilei-ra de Ocupações": a Rede Brasileira de Prostituta e o do grupo Davida.

Fotos: Processo de Barrela




Navalha na Carne

SINOPSE
A peça, de Plínio Marcos, se passa em um quarto de bordel, onde a prostituta Neusa Sueli, o cafetão Vado e o homossexual Veludo, empregado do estabelecimento, encarnam a existência subumana e marginalizada. A peça será ambientada no sambão da Neusa, onde o público participa de uma grande roda de samba .

Retrato naturalista do submundo brasileiro em que as gírias, a violência das relações humanas, a situação opressora e a luta de cada personagem constroem um quadro cuja dramaticidade sobrevive ao tempo, Navalha na Carne é a obra mais encenada do dramaturgo, ao lado de Dois Perdidos Numa Noite Suja. A peça pode ser vista como metáfora dos mecanismos de poder entre as classes sociais brasileiras, uma vez que as personagens, embora pertençam ao mesmo extrato social, se dedicam a uma contínua disputa pelo domínio sobre o outro. Nessa disputa, as personagens vão da força física à chantagem pela autopiedade, da sedução à humilhação, da aliança provisória entre dois na tentativa de isolar o terceiro, mas a possibilidade de juntar suas forças para lutar contra a situação que os oprime nunca é cogitada.




Elenco
Lana Gurgel
Alcântara Costa
Marcos Amaral
participação especial de uma banda de samba

Pesquisa especifica: Dr. Hugo Barros
Pesquisa e estudo cinematografico: Luiza Pontes
Preparação corporal: Brino Carvalho
Figurino: O Grupo
Fotos: Levy Mota
Designer grafico: Andrei Bessa e Walmick Campos

Barrela

Sinopse:
BARRELA é o 1º texto do conceituado dramaturgo brasileiro Plínio Marcos. Nela, seis presos (Portuga, Bahia, Tirica, Fumaça, Louco e Bereco) dividem um pequeno espaço. Os conflitos entre os personagens se acirram com a chegada de um novo preso, um tipo burguês, batizado pelos outros de "Garoto". Também chamado de "carne nova", o rapaz acaba sendo violentado pelos demais.Barrela foi escrita em 1958.


Elenco:
Alcãntara Costa
Aluisio Barbosa
Beto Menêis
Fábio Frota
Junior Martins
Marcos Amaral
Ronaldo Moitim
Saymon Morais
Solon Pinheiro
Bruno Façanha
Warner Borges
Lana Gurgel

Pesquisa Especifica : Dr.Hugo Barros
Pesquisa : Luiza Pontes
Sonoplastia : Daniel Escudeiro
Preparaçâo: Clara Luz
Figurinos: O Grupo
Iluminaçâo: Fábio Oliveira
Preparação Corporal: Graco Alves


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Plínio Marcos

Texto de Daelcio Freitas,
retirado do site http://educacao.uol.com.br


Considerado um autor maldito, o escritor e dramaturgo Plínio Marcos foi um dos primeiros a retratar a vida dos submundos de São Paulo. Poucos escreveram sobre homossexualismo, marginalidade, prostituição e violência com tanta autenticidade. Era, segundo ele mesmo afirmava, "figurinha difícil". Foi, entre as coisas que dele se sabe, dramaturgo, ator, jornalista, tarólogo, camelô de seus próprios livros, técnico da extinta TV Tupi, jogador de futebol e palhaço.

Nasceu em Santos (SP) a 29 de setembro de 1935 e morreu em São Paulo (SP) a 19 de novembro de 1999. Depois de tentar tornar-se jogador de futebol e de trabalhar como palhaço de circo por cinco anos, escreveu, aos 22 anos, sua primeira peça, "Barrela", a qual chegou às mãos de Patrícia Galvão (Pagú) que ficou entusiasmada ao lê-la.

A partir daí e com a ajuda de Pagú, Plínio integrou o elenco de companhias amadoras de teatro. Depois, transferiu-se para São Paulo, no início da década de 60, onde participou da criação do Centro Popular de Cultura da UNE (União Nacional dos Estudantes).

Na década de 60, Plínio participou, também, da novela "Beto Rockfeller", na TV Tupi, de 4 de novembro de 1968 a 30 de novembro de 1969, fazendo o papel de Vitório, melhor amigo de Beto Rockfeller (Luiz Gustavo) -personagem principal da novela. Em entrevista concedida à Folha, em 1993, Plínio afirmou: "nunca gostei de trabalhar. Só fiz 'Beto Rockfeller' para não ficar órfão ("ficar órfão" significava cair nas garras dos militares). Quando me ofereceram o papel, pensei: se aceitá-lo, ganharei evidência. E, enquanto estiver em evidência, os milicos não me pegarão.”

Na mesma época da novela Beto Rockfeller, Plínio era visto pelos militares que governavam o país como um "inimigo do sistema". Após o ano de 1968, o teatro de Plínio Marcos era sistematicamente censurado. Até mesmo Dois Perdidos Numa Noite Suja e Navalha na Carne, que já haviam sido apresentadas em diversas regiões do país, foram interditadas em todo o território nacional.

Na década de 70, Plínio Marcos era o próprio símbolo do autor perseguido pela censura. Incomodava a ditadura e a Censura Federal. Foi preso pelo 2º Exército em 1968, sendo liberado dias depois por interferência de Cassiano Gabus Mendes, então diretor da Televisão Tupi. Em 1969, foi preso em Santos, no Teatro Coliseu, por se recusar a acatar a interdição do espetáculo Dois Perdidos Numa Noite Suja, em que trabalhava como ator. Além dessas prisões, foi detido para interrogatório em várias ocasiões.

Na década de 80, quando o regime militar terminou e suas peças foram liberadas, Plínio novamente surpreendeu. Escreveu as peças "Jesus Homem" e "Madame Blavatsky" nas quais mostra um seu lado mais espiritualista. Em 1985, ganhou os prêmios Molière e Mambembe pela peça "Madame Blavatsky".

Entre suas melhores obras estão: "Barrela" (1958), "Dois Perdidos Numa Noite Suja" (1966), "Navalha na Carne" (1967), "Quando as Máquinas Param" (1972), "Madame Blavatsky" (1985).

Histórico do grupo (Parte 1)

O GRUPO IMAGENS DE TEATRO foi fundado em janeiro de 2002, a partir de curso de iniciação teatral realizado pelo SESC – Pedro Domingues.


APRESENTAÇÕES ITINERANTES (Empresas, Faculdades, Praças, parques, boates, etc.):
TRILOGIA DE PLÍNIO MARCOS (Janeiro/2002): Teatro Itinerante de Plínio Marcos, apresentando: Navalha na Carne, Abajur Lilás e Dois Perdidos numa Noite Suja. - ESQUETES

ENCONTRO NACIONAL DOS ESTUDANTES DE FILOSOFIA DA UECE – (Agosto/2004) – Teatro Itinerante de Plínio Marcos.
Navalha na Carne- ESQUETE

SEMANA DE COMUNICAÇÃO E JORNALISMO DA FIC - (Janeiro/2005) – Pátio da FIC - As Crias

PROJETO CEARÁ EM CENA - THEATRO JOSÉ DE ALENCAR (MARÇO 2005) – Palco Principal IMAGENS,

DIA MUNDIAL DO TEATRO - THEATRO JOSÉ DE ALENCAR (Março/2005) - Palco Principal (Adaptação do romance) IRACEMA, de José de Alencar, em comemoração dos 140 anos do livro.

ENCONTRO DA CONEXÃO NORDESTE NA CIDADE DE SOBRAL/CE – (Novembro/2005) Espetáculo Convidado: As Crias

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ (outubro/2005) - Dia Do Servidor Público - As Crias
Prêmio: Placa de Homenagem do Presidente Deputado Marcos Cals

BOATE MYSTICAL - HALLOWEEN (Outubro/2005) - As Crias

ESPAÇO CULTURAL OBOÉ (Maio/2006) - As Crias

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ (Outubro/2006) – Dia do Servidor Público Fragmento da peça Dr. Qorpo, montagem vencedora do II Edital da SECULT/2006.
Eu sou Vida, eu Não Sou Morte
Prêmio: Placa de Homenagem do Presidente Deputado Marcos Cals e da ASSALCE

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ (Outubro/2007) – Dia do Servidor Público- Contornos de Lantejoulas
Prêmio: Placa de Homenagem do Presidente Deputado Domingos Filho e da ASSALCE

CENTRO CULTURAL OBOÉ (novembro/2007)- Contornos de Lantejoulas

CENTRO CULTURAL OBOÉ (fevereiro/2008), Dueto de Qorpo – (Eu sou Vida, eu Não Sou Morte e Mateus e Mateusa)

DIA MUNDIAL DO TEATRO - THEATRO JOSÉ DE ALENCAR (Março/2008) - Palco Principal PRÊMIO CARLOS CÂMARA – GRUPO BALAIO DR QORPO
Prêmio: destaque para atriz

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Sinopse

O abajur lilás faz uma metáfora à Ditadura, colocando o público frente ao drama de três mulheres acorrentadas e amordaçadas pelo tirano, Giro. O entrevero se dá quando uma das prostitutas, numa raiva súbita, quebra o abajur lilás.Toda a trama é ambientada no cabaré “O Leite da Mulher Amada”. O cheiro de bebida, misturado com as brasas de cigarro e com as palavras sujas saídas das bocas de mulheres mal amadas, são elementos que compõem essa poesia marginal...

Processo Criativo

O espetáculo ABAJUR LILÁS é fruto de estudo e pesquisa do Grupo Imagens de Teatro, fundado por Edson Cândido , Diretor advindo do Estado de São Paulo. Desde 1998, o Diretor Edson Cândido se sentiu instigado a montar Plínio Marcos, ao assistir ao filme RAINHA DIABA, interpretada por Milton Gonçalves. Enveredou concretamente no universo fascinante de Plínio Marcos, ao montar o espetáculo MEIA SOLA, de um discípulo seu, Benê Rodrigues, em São Paulo durante os anos de 2001 e 2002, ambientado em um prostíbulo de quinta categoria. Recém chegado em Fortaleza, fundou o Grupo Imagens de Teatro, com o finalidade de seguir a linha de grandes polêmicos do teatro brasileiro, tais como Plínio Marcos e Nelson Rodrigues, e iniciou estudo, com leitura de livros como: meninas da noite,contos de bordéis,poesia margial e outros tantos. E filmes; amarelo manda, rainha diaba, anjos do sol , parada 174, baxio das bestas etc... E montando fragmentos de espetáculos ambientados em locais alternativos, a exemplo de: NAVALHA NA CARNE (Boate Divine e Passeio Público), ABAJUR LILÁS (Boate Divine, Saunas e Praça do Ferreira), DOIS PERDIDOS NUMA NOITE SUJA (Boate Divine) em 2005 . EU SOU VIDA, EU NÃO SOU MORTE (Fragmento do espetáculo Dr. Qorpo, na Assembléia Legislativa do Estado do Ceará), (HOJE SOU UM, AMANHÃ SOU OUTRO) (Fragmento do espetáculo Dr. Qorpo no Instituto de Psiquiatria do Estado do Ceará). Montou ainda, novamente do discípulo Benê Rodrigues, o espetáculo IMAGENS, em 2004. O repertório foi amadurecendo ao longo de festivais em Fortaleza, obtendo diversos prêmios, tais como melhor atriz coadjuvante, por ABAJUR LILÁS (FECTA 2003) e melhor atriz, em NAVALHA NA CARNE (BILU e BILA 2003 e 2004), melhor espetáculo, em IMAGENS (Bilu e Bila 2004). A partir de 2005, o grupo continuou a pesquisa sobre Plínio Marcos e fez um estudo paralelo sobre Qorpo Santo, autor gaúcho do século XIX, com laboratórios em hospitais psiquiátricos e visitas a manicômios prisionais, estreando em janeiro de 2007, circulando em Fortaleza, Interior do Estado do Ceará, além de Teresina/Pi, Macapá/AP, Curitiba/Pr, Campina Grande/PB, Ipatinga/MG com o espetáculo Dr. Qorpo durante 2007 e 2008. Após a estréia de Dr. Qorpo e 2007, o Grupo Imagens voltou-se ao ponto culminante e objetivo principal da sua história de fundação: a montagem de espetáculo de Plínio Marcos. Passou a realizar laboratórios, fazendo vivências em Clubes de streaptease, Cinema Jangada, Cine Love House e outros cinemões, Boate Bumbum, Boate Barbacena, Praça do Ferreira, Praça José de Alencar, prostíbulos diversos em Fortaleza, interior do Estado do Ceará. Houve ainda pesquisa em cada Estado citado na circulação de Dr. Qorpo, com o conhecimento e convivência, além de entrevistas, nas zonas de baixo meretrício. No Estado de São Paulo em novembro/2007, houve a experiência de um dia inteiro com atriz e diretor em um cinema da Rua Aurora, além de visitas a outros e à estação da praça da estaÇão da luz em sâo paulo. Muito importante também foi assistir diversos espetáculos de peças do mesmo autor e outros, encenados por grupos de todo o Brasil, a exemplo de Barrela, Abajur Lilás, O Grito, Madame Butterfly, O Outro, Rainhas,oração para um pé de chinelo,diário de um maldito.
Parcerias importantes foram firmadas com entidades afins, tais como com GRABE e APROCE. Como resultdo de toda pesquisa feita desde sua fundação, o Grupo Imagens montou o espetáculo ABAJUR LILÁS, de Plínio Marcos, ambientado na Boate Leite da Mulher Amada (como existente no filme Rainha Diaba e na peça Querô), em que consiste no universo denso e marginal como o proprio autor se tutulava , " minhas peças tem quer ser montadas em uma lona de circo a zona do baixo meretrício.

O projeto plínio marcos-trilogia ( contemplado no prêmio miryan muniz de 2009 ), tem como objetivo trazer para o público cearense e de todo o brasil a importãncia que foi e que é a obra de um autor tão vigente e contudente como este maldito .. perdão bendito plínio marcos! Montaremos durante os anos de 2010 e 2011 as obras: o abajur lilás , barrela e navalha na carne. serão 50 profissionais envolvidos direto ou indiretamente neste projeto que durante anos a finco de pesquisa e na batalha pra sobreviver da arte a exemplo do autor onde teve diversas vezes as portas fechadas e que finalmente o universo de plínio marcos chega nos palcos cearense .